O número de empresas abertas em Piracicaba nos três primeiros meses deste ano cresceu 24% em relação ao mesmo período do ano passado, divulgou ontem a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). Entre janeiro e março, a cidade ganhou 1.327 empresas contra 1.071 aberturas registradas no intervalo comparativo. Os dados são consolidados pela Junta Comercial do Estado de São Paulo.
Segundo o levantamento, em janeiro, foram instaladas 319 firmas na cidade. Em fevereiro, esse número saltou para 501 e, em março, chegou a 507. Neste universo, as microempresas lideram: foram 1.242 unidades constituídas no trimestre, o que representa 93% do total de aberturas no período. As empresas de pequeno porte e as de enquadramento jurídico normal somaram 48 e 37 unidades respectivamente.
Para o presidente da Acipi, Angelo Frias Neto, a atual condição do mercado de trabalho acaba fomentando o empreendedorismo, já que muitas pessoas que deixaram o emprego formal acabam iniciando um novo negócio como fonte de renda. Somando a isso, a dinamicidade do mercado piracicabano e a criatividade da população estimulam a aberturas de novas empresas, sobretudo no pequeno varejo e na prestação de serviços. “Existe espaço para quem é inovador, sempre há oportunidades e se notarmos na história, há muitas empresas que surgiram durante crises e que estão em atividade até hoje”, afirmou. Ele cita que a diminuição da burocracia para a constituição das firmas também é um ponto que deve ser levado em consideração na análise dos números e lembrou que houve mudanças no Simples Nacional, com inclusão de dezenas de novas categorias, o que anima os cidadãos a formalizar ou abrir o próprio negócio.
Frias Neto ressaltou que, segundo recente pesquisa da GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizada no país pelo Sebrae, três em cada dez brasileiros estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Lembrou ainda que a maior parte dessas novas empresas são micro e que elas são responsáveis pela geração de mais de 50% dos empregos oferecidos hoje no Brasil.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Tarcisio Mascarim, afirma que o crescimento no volume de empresas é sempre positivo para o município, mas reforça o que o aumento poderia ser mais expressivo caso o setor sucroenergético recebesse mais incentivos da União. “O registro de crescimento é sempre positivo para a cidade e a maior parte das novas empresas está no comércio ou na prestação de serviços, mas não temos registrado novas indústrias, infelizmente. O que a gente espera é que o governo federal acorde para o problema da indústria nacional, que vem sofrendo muito nos últimos anos”, disse.
FECHAMENTOS – Durante o mês de março, foram encerradas 28 empresas, queda de 49% com relação ao mesmo período do ano passado. Considerando o trimestre, Piracicaba registrou 156 baixas neste ano contra 164 fechamentos no ano passado, diferença aproximada de 5%.
Texto: Danielle Gaioto
Foto: Claudinho Coradini/JP
*Matéria publicada no Jornal de Piracicaba, dia 09 de abril de 2015.