Lançada em 2017, a cana-de-açúcar geneticamente modificada, nomeada de Cana Bt, foi desenvolvida pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), em Piracicaba. Essa tecnologia agrícola representa um grande aumento na produtividade e redução de custos.
Desde março nas fazendas, a Cana Bt é resistente a broca, inseto que devora a biomassa da planta e responsável por grandes prejuízos nas lavouras que chegam a R$5 bilhões por ano, devido a perdas de produtividade, qualidade do açúcar e custos com inseticidas.
Em entrevista ao site Nova Cana, o presidente do CTC, Gustavo Leite, afirmou que a Bt é uma revolução que limitará o impacto do inseto sobre a produtividade e aumentará a rentabilidade em 20%. “O Brasil tem cerca de 10 milhões de hectares de campos de cana-de-açúcar e potencial para plantar Cana Bt em até 15% dessa área. Além dos ganhos econômicos, o produtor poderá simplificar a logística e melhorar a gestão ambiental de suas operações”, disse.
A Cana Bt também poderá impulsionar a produção agropecuária na cidade, já que Piracicaba é uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar no país e responsável pelas exportações do agronegócio do Estado de São Paulo. Porém, segundo a matéria publicada neste domingo (24/06) no jornal O Estado de S. Paulo, um desafio já começa a ser enfrentado pela exportação da Cana Bt: a aprovação, nos mercados que o exigem, para o comércio de açúcar proveniente de cana geneticamente modificada. Ainda, o Brasil obteve quase US$ 12 bilhões com a venda do produto ao exterior, no ano passado, o equivalente a pouco mais de 5% da balança comercial, segundo a matéria.
Para o diretor-presidente da Frias Neto, Angelo Frias Neto, a Cana Bt retrata a evolução que Piracicaba obteve na tecnologia agrícola por meio de institutos de pesquisas. “Esta conquista gera um grande impacto em termos de produtividade e qualidade para o setor do agronegócio da cidade”, afirmou.