Em matéria publicada no Jornal de Piracicaba no último domingo (08/05), Angelo Frias Neto destaca a valorização dos imóveis nos primeiros meses de 2011, em comparação com o mesmo período de 2010, e reforça que não há bolha imobiliária no país. Veja matéria completa abaixo.
Em QUATRO MESES Em média, o metro quadrado de terreno em Piracicaba está custando R$ 500, com terrenos mais valorizados em trechos comerciais do Centro.
A valorização média dos imóveis ofertados para venda em Piracicaba nos quatro primeiros meses deste ano foi de 25% e, no caso dos disponíveis para locação, 20%. Os números, resultados de comparação feita com o mesmo período do ano passado, são do diretor regional do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), Angelo Frias Neto, que acredita que esse cenário favorável ao setor deva continuar pelo menos cinco anos, embora com altas menos intensas que as observadas nos últimos anos.
“Os preços estavam defasados até 2006 e de lá para cá vem apresentando seguidos reajustes, impulsionados por fatores macroeconômicos e de mercado”, sinaliza o também empresário Frias Neto. Segundo ele, os imóveis residenciais (casas e apartamentos) e comerciais mais procurados para locação no município têm preços que oscilam entre R$ 850 e R$ 1.200, contra o intervalo médio de R$ 680 a R$ 960 no início de 2010. O destaque vai para os condomínios fechados, cujos valores dos aluguéis estão entre 30% e 35% superiores aos verificados no ano anterior, saltando para a média de R$ 4.500. No caso das vendas, predominam imóveis de R$ 180 mil a R$ 300 mil – no ano passado, variavam entre R$ 135 mil e R$ 225 mil. Em média, o metro quadrado está custando R$ 500, com terrenos mais valorizados em trechos comerciais do Centro.
O crescimento econômico de Piracicaba, reforçado pela vinda de novas empresas – como a sul coreana Hyundai – e pela expansão das já existentes – casos da Cosan e da Caterpillar -, além do aumento de renda da população e das facilidades de acesso a financiamentos são os principais motivos das altas citadas pelo diretor regional. “A escassez de terra e o preço em alta de insumos utilizados na construção também contribuem para esses aumentos”, acrescenta Frias Neto, que não acredita em uma “bolha” no setor. “Diferente do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, no Brasil o que existe é uma demanda consistente em uma economia muito forte, de modo que não faz sentido ficar fora de um mercado em crescimento como esse”, analisa.
Tal potencial de valorização, combinada à liquidez elevada, levou o advogado Rogério Soares, 36, a começar a investir nesse mercado há mais de dez anos. “Em 2000, comprei um terreno de 250 metros quadrados no Terras de Piracicaba por R$ 21 mil. Hoje, esse mesmo terreno vale R$ 250 mil, tendo em vista que o terreno quadrado está avaliado em R$ 1.000. Se comparando a aplicações mais conservadoras, como a caderneta de poupança, o investimento no setor imobiliário é, além de seguro, mais interessante”, diz Soares, que recentemente adquiriu um terreno no condomínio Reserva do Engenho, no Glebas Califórnia, onde pretende construir uma casa para morar.
A busca por segurança e qualidade de vida é a principal responsável pelo crescimento de residenciais na cidade. “Foram três novos loteamentos em 2009 e, neste ano, serão lançados outros cinco empreendimentos em condomínios fechados”, informa Frias Neto, lembrando que, por questões burocráticas, alguns lançamentos que deveriam ser entregues no ano passado acabaram ficando para este. “Acho mais apropriado realizar a aquisição de um imóvel no momento em que ele é lançado, quando a oferta tende a ser mais atrativa. Depois, já começa a inflacionar”, recomenda o advogado Soares.
1ª MORADIA – Segundo o diretor regional do Secovi, houve, ainda, um aumento no interesse por adquirir imóveis por parte de pessoas mais novas. “Com a mudança na faixa etária predominante em todo o país, entre 20 e 35 anos, o setor passou a ser mais movimentado por essa população já economicamente ativa e que consome muito”, destaca ele. Para aproximadamente 50% dos compradores de imóveis financiados no valor de até R$ 200 mil, trata-se da primeira moradia. Nos próximos dias 21 e 22, das 9h às 18h, a Caixa Econômica Federal realiza o 7º Feirão Caixa da Casa Própria em Piracicaba, na Avenida Doutor Paulo de Moraes, 1.580. Para acompanhar o aumento da oferta e procura por imóveis em toda a região, o espaço será ampliado. Serão mais 20 expositores entre construtoras, imobiliárias e lojas do segmento de construção.