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No 22º dia, greve ameaça setores da economia

greve

A greve dos bancários, que chega ao seu 22º dia hoje, ainda não afetou os setores de comércio, indústria e serviços, mas a continuidade do movimento por mais tempo poderá interferir na economia por um todo. Por enquanto, os empresários estão driblando a falta de bancos abertos utilizando caixas eletrônicos, correspondentes bancários e internet banking. O problema será quando menos dinheiro circular no mercado.

O presidente da Acipi, Angelo Frias Neto, considerou que apesar de legítima, a paralisação dos bancários pode afetar os setores do comércio, indústria e serviços na medida em que um grande montante de dinheiro deixa de ser injetado na economia. “Grande parte das pessoas ainda prefere sacar o dinheiro de seu ordenado nas agências. Com a paralisação, esse dinheiro, que além de servir para o pagamento de contas, poderia ser gasto no comércio, deixa de circular”, afirmou.

No início da greve, o empresário do setor de livraria, Rubmar Spironello, 39, até sentiu uma queda no movimento, mas agora acredita que esteja normal. “As pessoas pagam com cartão. E hoje tem os correspondentes bancários que funcionam normalmente. Dá para pagar conta em lotéricas e saindo da região central há bancos funcionando”, informou.

O comerciante Vanderlei Garcia, 68, também não sentiu grandes impactos. “As vendas estão caminhando normal. Sentimos que o dinhiero não está mais circulando como antes da greve, mas o pessoal tem utilizado cartão”, afirmou, considerando isso como positivo por gerar menos dinheiro vivo em caixa.

Frias Neto destacou que alguns serviços bancários podem ser realizados em canais alternativos, mas outros dependem das agências ou do trabalho dos bancários, financiamentos e outros serviços que dependem de análise de crédito e compensação de dinheiro, cheques, documentos e títulos.

Com relação às transações do próprio negócio, ambos os empresários não estão com dificuldades, pelo menos por enquanto. “Temos utilizado os caixas eletrônicos para depósito e quando tem um problema resolvemos ligando para o gerente do banco”, afirmou Garcia. “A greve só é ruim para quem não tem a praticidade da internet”, considerou Spironello.

Para o aposentado José Luiz Mossolino, 68, a greve ainda não está pesando. Ele resolve tudo no caixa eletrônico, agenda seus pagamentos e raramento precisa ir à agência. “Acho que é problema para quem não tem cartão e precisa receber na boca do caixa. Aí prejudica. Mas achei um absurdo completo impedirem de entrar para usar os caixas eletrônicos. A propriedade é do banco e não do sindicato”, opinou.

Enquanto a paralisação continuar, o presidente da Acipi orienta a fazer pagamentos, depósitos e recebimentos de benefícios nos correspondentes bancários. “A internet e o telefone também podem ser utilizados como canais alternativos, no entanto, grande parte da população tem dificuldade para usar esses meios”.

Por esse motivo, ele defende que empregados e patrões cheguem logo a um consenso. “A paralisação, além de afetar as empresas pela diminuição do ritmo da economia, também traz impactos na vida do cidadão comum, que muitas vezes não está habituado a usar os meios alternativos e necessita dos serviços das agência bancárias para organizar sua vida financeira”.

Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) tem nova rodada de negociação marcada para hoje, às 10h, em São Paulo.

Fonte: Jornal de Piracicaba

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