Skip to main content

O ano da recuperação

Texto do nosso diretor, Rodrigo Coelho de Souza – publicado no jornal Correio Popular dia 24 de outubro de 2016.

Há quem diga que estamos vivenciando o final da pior crise econômica de nossa história. As razões que nos levaram a este cenário caótico são de conhecimento público, mas podem ser resumidas à seguinte receita: incompetência político administrativa, recheada de instabilidade política e regada a generosas doses de corrupção.

Nos últimos dois anos o segmento imobiliário foi fortemente impactado pela letargia econômica. As ofertas aumentaram, os preços estagnaram e o medo generalizado, aliado à falta de crédito, desemprego estratosférico e alta dos juros, fizeram os lançamentos escassearem e os estoques subirem. Alguns, menos avisados, poderiam pensar que a demanda diminuiu, mas a não é verdade. A demanda se reprimiu, pois a constante necessidade de moradia, aliada ao significativo déficit habitacional do País ainda persistem.

Os anos dourados do mercado imobiliário, de passado recentíssimo, somente ocorreram em decorrência do trinômio: crédito acessível; estabilidade econômica e juros baixos, fundamentos que a era Dilma se encarregou de pulverizar.

O lado bom (e sempre há aspectos positivos, mesmo nas piores crises) é que a tão alardeada “bolha imobiliária” não ocorreu, mesmo diante de inúmeras intempéries econômicas. Isso demonstra que o mercado imobiliário brasileiro já apresenta certo um grau de maturidade. É inegável que os preços em geral se retraíram, mas nada que pudesse ser comparado a uma bolha, como ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos.

Neste mesmo sentido, cito o economista Ricardo Amorim, que escreveu: “(…) houve, sim, queda de preços de imóveis no Brasil, mas a queda média de preços foi muito inferior a de países onde bolhas imobiliárias estouraram, o que sugere para um ciclo usual de ajuste de preços em meio a uma recessão econômica.Esta distinção é fundamental para todos que trabalham no setor imobiliário e todos que pretendem investir em terrenos, galpões, imóveis comerciais ou residenciais ou aqueles que pretendem comprar sua casa própria nos próximos anos…”.

O momento ainda é propício para aqueles que desejam investir em imóveis, pois os preços estão estabilizados e a oferta ainda é abundante, mas este cenário tende a se transformar nos próximos meses, conforme analisou Ricardo Amorim: “(…) A oportunidade para quem quer investir no mercado imobiliário está em posicionar-se antes que tais tendências se concretizem e sejam claras para todos. Já há diversos sinais nessa direção, mas a maioria ainda não percebeu (…)”.

Então a grande pergunta. O que esperar de 2017? Certamente muito mais do que os dois últimos e penosos anos. A grande maioria dos economistas é uníssona em apontar para a retomada econômica no próximo ano, com crescimento do PIB superior 1%. Porém, todos também concordam que o governo terá que fazer a sua parte, aprovando as reformas essenciais à estabilidade da economia, como a PEC, que limita os gastos públicos e a reforma da previdência (entre outras). Sem que tais medidas sejam aprovadas e implementadas, o nosso futuro será sombrio.

A notícia auspiciosa é que o atual governo (gostemos dele ou não) já deu sinais de que tem muito mais habilidade política do que seu antecessor e, por consequência, conseguirá levar adiante as reformas que o Brasil tanto precisa. Isso nos leva a acreditar nas previsões de tempos menos difíceis. Estamos iniciando a escalada para sair do fundo do poço, ainda cravando as unhas nas paredes, à espera de que uma corda em breve nos seja lançada.

A retomada da confiança e da economia fará com que as incorporadoras voltem a acreditar, assim como os investidores. Muitos projetos aprovados finalmente serão lançados ao mercado. A demanda reprimida se encarregará de absorver os estoques, fazendo com que o ciclo virtuoso ressurja e a gradativa queda da taxa Selic fará com que o crédito imobiliário volte a ser atrativo.

O mercado imobiliário, como tantos outros, é cíclico e estamos iniciando a curva de inflexão, agora com viés positivo. Tudo nos leva a crer que 2017 será o ano da recuperação! Que assim seja!

captura-de-tela-2016-10-24-as-17-07-07

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *