A multinacional alemã Mercedes-Benz lançou, na manhã de ontem, a pedra fundamental que marca o início da construção de sua fábrica em Iracemápolis. A unidade receberá investimentos de mais de R$ 500 milhões e será voltada à produção dos modelos Classe C e GLA, que atendem o segmento de luxo do mercado automobilístico. A cerimônia da pedra fundamental reuniu executivos da empresa, autoridades, deputados e também o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A nova indústria começa a ser construída em área de 87 alqueires à margem da rodovia que liga Iracemápolis a Santa Bárbara d’Oeste e terá potencial para produção de 20 mil veículos ao ano. A expectativa é de que as primeiras unidades do sedã Classe C sejam fabricadas a partir de fevereiro de 2016 e, cerca de seis meses depois, deve ser iniciada a produção do utilitário esportivo GLA.
A planta também faz parte da estratégia da companhia de liderar o mercado global de automóveis premium até 2020 e sua inauguração, no próximo ano, coincidirá com a comemoração de seis décadas de presença da marca no país. A Mercedes-Benz hoje possui três fábricas espalhadas pelo Brasil e passará a ser a única empresa do setor automotivo a produzir caminhões, ônibus, vans e automóveis, atuando em todos os segmentos de mobilidade no país.
“Estamos aqui hoje [ontem] para colocar a primeira pedra da nova indústria, o que significa que, em breve, sairão daqui automóveis feitos por brasileiros com a mesma qualidade, com o mesmo conforto, tecnologia e segurança dos que são feitos na Alemanha”, afirmou Philipp Shiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil e CEO para América Latina.
Ele reforçou que, apesar da atual situação delicada da economia brasileira e do mercado automotivo, a experiência da Mercedes-Benz faz enxergar o potencial do país e manter a previsão de investimentos aqui. A estimativa é de que até 2018, a empresa tenha injetado no mercado nacional cerca de R$ 3,2 bilhões. Shiemer também também lembrou da preocupação da companhia com a qualificação da mão de obra e citou que os profissionais serão treinados em diversas plantas do grupo, inclusive na Alemanha.
O diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz do Brasil, Dimitris Psillakis, comentou que o mercado premium dobrou de volume nos últimos anos e que o grupo Mercedes, entre 2008 e 2014, triplicou o volume de vendas, com quase 12 mil unidades comercializadas apenas em 2014, o que indica que o mercado tem potencial para consumir as 20 mil unidades produzidas anualmente na nova fábrica. “Em 2015 queremos mais um recorde e, para 2020, planejamos atingir a liderança do mercado premium”, disse.
Ele informou que o Classe C e o GLA representam 70% das vendas de automóveis da Mercedes-Benz hoje e informou que a rede de revendas da marca já vem sendo ampliada – recebeu investimentos de R$ 100 milhões nos últimos anos – e ganhará ainda mais concessionárias em breve. Eram 27 unidades em 2010 e hoje são 45 lojas. Nos próximos dois anos, a meta é chegar a cem revendas.
ETANOL – A Mercedes-Benz confirmou que os modelos produzidos em Iracemápolis sairão de fábrica com tecnologia flex, aproveitando o potencial sucroenergético da região. Tanto o SUV GLA quanto o sedã Classe C poderão ser abastecidos com etanol, o que é uma inovação para os modelos.