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Viver é inovar

Fonte: Revista Monte Alegre

O arquiteto e construtor Adolpho Lindenberg, diz que as oportunidades hoje estão no interior paulista

Por Ronal do Victoria

Fotos: Maurício Gill

Para Adolpho Lindenberg, 87 anos bem vividos. A frase que  dá titulo a essa matéria parece algo natural, um lema de vida que ele adotou desde a juventude e depois com a construtora que leva seu nome e que dirige há 56 anos, Neste mês, Lindenberg veio à Piracicaba anunciar dois grandes empreendimentos na cidade: um residencial e um de uso misto.

O residencial terá três torres de altíssimo padrão na Nova Piracicaba e o outro, com salas comerciais e residenciais, ficará na área central. Sempre visionário – implantou no Brasil o sistema de flat nos anos 60 e foi pioneiro na personalização de projetos de apartamentos -, Lindenberg explica por que o interior de São Paulo, e Piracicaba em particular, é tão atraente para novos investimentos.

Revista Monte Alegre – São quantos anos de construtora?

Adolpho Lindenberg – A Construtora Adolpho Lindenberg originou-se de um escritório de engenharia que construía casas. Começamos nos anos 50 e na década seguinte começamos a fazer os primeiros prédios. Mas esse know how da construção de casas transpusemos para a construção de edifícios. Quer dizer, não procuramos fazer prédios com todos os apartamentos iguais. Ao contrario, queremos que cada apartamento seja uma casa.

Esse é o conceito principal da construtora?

Exato. Para que seja um prolongamento da personalidade da pessoa. Esse cuidado em atender o comprador de modo especial é que deu o sucesso. Porque os condôminos ficaram amigos da construtora. E hoje em dia temos um portfólio de 5.000 moradores que recebem todo mês uma revista, prestando a esses moradores uma serie de informações. Sempre dizemos quanto está valendo o apartamento deles, se precisam fazer reformas. Enfim, mantemos um relacionamento muito próximo.

Essa relação será repetida em Piracicaba?

Com certeza queremos manter esse relacionamento. Queremos ter aqui de 200 a 300 amigos, não meramente compradores. Mas pessoas que confiam no nosso gosto. Espero formar aqui em Piracicaba um grupo de amigos muito sólido.

A construtora é conhecida pelo estilo neoclássico. Essa é a maior marca?

É um estilo que marcou muito e espero que os piracicabanos gostem do projeto. Outra novidade é acompanhar uma novidade do urbanismo no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, os urbanistas abandonaram aquela noção de se fazer bairros residenciais, comerciais, industriais, para fazerem bairros como eram as cidades antigamente, que tinham um pouco de tudo. Na cidade antiga havia praça, igreja farmácia, cartório. E eram distribuídas de mofo harmônico pela cidade todas as atividades.

Hoje em dia está voltando esse conceito. Aproximar o residencial do comercial. Estamos lançando em Piracicaba um conjunto nesse sentido. Quer dizer, a pessoa pode morar e trabalhar no mesmo local. Isso diminui o trânsito na cidade e facilita muito a vida das pessoas.

Por que Piracicaba?

Em minha vida de construtor, entro muito em contato com os peões. E verifiquei que até 1995 houve uma migração de peões do Nordeste para São Paulo. E do Sul de Minas também. Mas essa migração cessou. Porque essas cidades do Nordeste E DE Minas cresceram de tal modo que não há mais interesse dos peões em virem pra cá. De 1995 a 2005 houve uma estagnação, São Paulo deixou de crescer. Aquela idolatria pela capital, graças a Deus, desapareceu. E isso foi substituído pela constatação de que as cidades do interior são do mesmo nível, com instituições de ensino de primeira ordem. Vocês têm  a Esalq ( Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz )aqui, que é uma escola de Primeiro Mundo. Eu mesmo, se fosse mais moço, talvez começasse a minha vida nãoem São Paulo, mas no interior.

O que hoje o interior tem de especial?

A mudança foi total. No prédio em que moro há muitos rapazes de Ribeirão Preto, e eles têm orgulho de onde nasceram. Eles querem só acabar os estudos para voltar. Acho que em Piracicaba deve se dar o mesmo fenômeno.

O que quer dizer ‘puro-sangue Lindenberg’? As pessoas dizem que moram num Lindenberg e não apenas num apartamento…

É por causa do nosso atendimento. Fazemos questão da qualidade e da durabilidade. Acho um absurdo num país tropical como o Brasil fazer apartamentos com pé-direito baixo, com 2,40m, como virou padrão. Isso dá um abafamento enorme!

A construtora também foi quem lançou o primeiro flat em São Paulo, não?

Acontece que todo mundo tem um esporte. O meu é ver novidades. Então, estou sempre viajando. Porque viver é inovar. Viver para repetir as coisas não tem graça. E foi por isso que nos anos 60 implantamos esse conceito, que deu tão certo.

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