Abertura de empresas em Piracicaba chegou a 667 nos dois primeiros meses do ano, mostrou levantamento feito pela Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo). O volume é ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando a constituição de empresas chegou a 700. Os dados foram divulgados com exclusividade ao Jornal de Piracicaba.
Conforme o levantamento, de todas as novas empresas abertas em janeiro e fevereiro, mais de 600 foram micros, o que representa cerca de 90% das constituições. As empresas de pequeno porte somaram 28 unidades enquanto as de enquadramento normal chegaram a 25.
“Piracicaba tem uma economia diversificada e isso contribui para um ambiente de negócios muito favorável. Embora a abertura de empresas tenha ficado um pouco abaixo do registrado no ano passado, os números são bastante positivos e mostram que a cidade ainda tem muitos setores em expansão”, afirmou Ivens de Oliveira, professor do curso de ciências econômicas da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).
De acordo com ele, o cenário econômico atual, com aumentos de juros, inflação elevada e altas nos custos de produção acabam deixando os investidores mais inseguros quanto ao tempo de retorno de seus investimentos – o que explicaria essa ligeira queda nas constituições na comparação com 2014.
“Todos estes aumentos, que acabam interferindo no custo de produção e provocam alta de preços em geral, criam uma expectativa negativa. Ao mesmo tempo, por Piracicaba ter uma economia que já não é mais dependente de um só segmento, há uma dinâmica melhor, com geração de novas possibilidades, por isso a cidade tem conseguido resultados satisfatórios”, disse.
O presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Angelo Frias Neto, reforçou que o número de novas companhias é bastante representativo para a cidade e destacou o peso das microempresas neste cenário. “São números importantes para Piracicaba, pois mostram que há interesse das pessoas em investir na cidade. As microempresas representam mais da metade das novas unidades e também respondem por mais de 50% dos empregos em todo o país, gerando renda para milhares de trabalhadores.”
Frias Neto pontuou que apesar da crise de confiança quanto ao futuro da economia brasileira, o que gera insegurança aos empresários, sempre é tempo para se aperfeiçoar e se preparar, pois há espaço para novas empresas e, principalmente, para empresas inovadoras.
“Há um cenário de cautela e indecisão sobre comprar ou empreender, mas é muito importante que as pessoas procurem capacitação e inovem, pois, sem dúvida, sempre há espaço para isso e, com conhecimento, é mais fácil pensar em coisas novas.”
BAIXAS – Durante os meses de janeiro e fevereiro, Piracicaba registrou o fechamento de 88 empresas. Ao todo, foram 66 micros, 17 empresas de enquadramento normal de cinco de pequeno porte. As baixas não representam o mês de paralisação das atividades das companhias, mas sim o do encerramento formal junto aos órgãos oficiais.