O número de imóveis residenciais lançados em Piracicaba cresceu 11% no acumulado dos últimos três anos, alcançando 7.901 unidades, divulgou ontem o Secovi (Sindicato da Habitação). Ao mesmo tempo, a comercialização dessas novas casas e apartamentos somou 6.208 unidades, demonstrando um mercado salutar, segundo a entidade. Os dados compreendem o período de abril de 2012 a março de 2015 e compõe o segundo Estudo do Mercado Imobiliário de Piracicaba, apresentado a empresários e corretores de imóveis durante evento na noite de ontem na Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba).
Segundo a pesquisa, foram os apartamentos os produtos mais lançados no mercado piracicabano nos últimos 36 meses. Ao todo, foram 7.401 unidades, o que corresponde a 94% do total ofertado. As casas, por sua vez, ficaram com a fatia de 6%, o que representa 500 unidades. Seguindo a tendência dos anos anteriores, os imóveis com dois dormitórios tradicional ou econômico (com menor metragem e em regiões mais distantes do Centro), foram os mais disponibilizados: somaram 71% do total lançado.
Em seguida estão os imóveis de três quartos, com 18% do total, e os de um dormitório, econômico ou não, com uma fatoa de 7%. As casas e apartamentos de quatro dormitórios somaram 4%. Essa mesma lógica foi verificada no volume de compras dos bens. De todas as unidades lançadas e comercializadas até março deste ano, 77% foram apartamentos e casas de dois dormitórios – 65% econômico e 12% tradicional – alcançando volume de 4.744 unidades. Os imóveis convencionais de três dormitórios vieram na sequência, com 797 unidades (13%).
O levantamento mostrou também a proporção entre oferta e consumo no mercado piracicabano. Neste ponto, foram os apartamentos de um dormitório econômico os que tiveram maior aquisição em relação à quantidade lançada: 89,8% da oferta foi absorvida.
Quando a análise é sobre o preço do bem, no entanto, são os produtos com valor inferior a R$ 190 mil que lideram essa proporção de oferta-consumo. A explicação é que as residência com esta faixa de preço integram programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida, que têm incentivos e facilidades na aquisição.
Para o vice-presidente do Interior do Secovi, Flavio Amary, o mercado de imóveis em Piracicaba vive um período de equilíbrio, com bom volume de ofertas e consumo. Ele informou que houve uma ligeira queda – cerca de 4% – no número de lançamentos entre 2014 e 2015, mas que, no acumulado dos três anos, o volume é satisfatório, com incremento de 11% nos lançamentos, o que destoa do mercado paulistano, por exemplo, onde estudo do Secovi apontou redução de 25% nas vendas em fevereiro deste ano com relação ao mesmo período do ano anterior.
Amary pontuou que Piracicaba tem uma forte característica de verticalização (prédios) dos lançamentos residenciais e citou que a quantidade de imóveis de um dormitório e quatro dormitórios é pequena se comparada com outras cidades do Interior. “São Paulo tem mais imóveis de um dormitório, mesmo considerado econômico, e em cidades do entorno de Piracicaba esse percentual chega e até passa de 10%”, disse.
O conselheiro representante de Piracicaba na regional do Secovi em Campinas, Angelo Frias Neto, ressaltou que o mercado piracicabano deve continuar com a tendência de consumo focada nos imóveis de dois dormitórios e informou que a cidade já tem sinalização de vários novos empreendimentos para este ano. Também reforçou que o setor tem se reaquecido e ainda há muita demanda por novos produtos.