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Faxineira pede telhado, mas ganha casa ‘nova em folha’ de voluntários

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Eli Marques foi beneficiada por ONG que constrói moradias em Piracicaba.

Muccap ‘refez’ residência da família e também a do cachorro de estimação.

A faxineira Eli Costolla Marques, de 47 anos, recebeu nesta quinta-feira (8) as chaves de uma casa “nova em folha” por meio do trabalho de voluntários realizado pela Associação pró-Mutirão da Casa Popular (Mucapp) de Piracicaba (SP). Após ter pedido a uma integrante ajuda para consertar o telhado da moradia, ele foi incluída no programa da organização não governamental (ONG) que, em 20 anos, construiu ou reformou 400 residências na cidade.

Moradora do bairro Vila Independência, desde que nasceu, Eli vive no imóvel com o filho de 28 anos. “A casa estava caindo aos pedaços, tinha cupim, um buraco no telhado, goteira. Então eu falei para uma moça que malha na academia onde trabalho que eu estava precisando de um telhado, ela então disse que a mãe dela poderia me ajudar”, contou.

A aluna da academia é Manuela, filha da voluntária Maria Olinda Antedomenico, que atua na Mucapp. As duas foram à casa de Eli em novembro de 2013 e avaliaram a situação do lugar. “Quando entrei tive vontade de chorar. Cheirava mofo, o chão estava afundando e o telhado vindo abaixo com cupim. Tirei as primeiras fotos e a Ivani (Fava Neves, presidente da ONG) viu que a situação era muito ruim. Decidimos incluir a casa no programa”, relatou Maria Olinda.

A partir da primeira visita, Eli entrou no processo de triagem promovido pela ONG e foi aprovada. Depois de formar parceria com a imobiliária Frias Neto, a casa foi demolida e as obras iniciaram em dezembro. A beneficiada e o filho, no entanto, demoraram a acreditar. “No começo eu não acreditei na reforma, achava que era mentira. Mas quando começaram a derrubar, vi que a coisa estava andando mesmo e não tinha volta”, contou Guilherme Marques Ruiz, filho de Eli. Durante as obras, os dois ficaram na pequena edícula da casa e depois conseguiram um apartamento emprestado pela Mucapp.

A nova casa tem dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e área externa coberta, além da casinha do Napoleão, vira-lata de estimação da família há 16 anos. Assim como ocorreu com Eli, outras 23 famílias aguardam o fim das obras para receber residências reformadas pela Mucapp em Piracicaba. Além destas já selecionadas, ainda há uma fila de outras 30 pessoas em processo de triagem ou levantamento de recursos.

‘Nossa parte’
A presidente da ONG, Ivani Fava Neves, é uma das idealizadoras e ainda hoje, aos 71 anos, está à frente do projeto. Para ela, que é assistente social, o trabalho da Mucapp é a forma com que encontrou para fazer a diferença no mundo. “Se nós fizermos a nossa parte já temos uma melhora na sociedade. A sede da ONG é na minha casa e conseguimos tudo com muito trabalho e sem nenhum dinheiro público”, relatou.

Ivani contou que uma obra como a da casa de Eli chega a custar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil em compra de material, além do trabalho voluntário de todos os profissionais exigidos para que seja concluída. Entre os pré-requisitos para integrar o projeto, o beneficiado já deve possuir terreno e deve comprovar a falta de condições financeiras para a reforma ou reconstrução.

Ângelo Frias Neto, diretor da imobiliária que doou o material, contou que auxilia a Mucapp há sete anos e acredita que as empresas devem encarar as parcerias como formas de devolver à sociedade o sucesso que obtêm no mercado.

Eli já prepara a transferência para a nova casa e comemora as mudanças. “Eu não tinha a menor vontade de ir para casa antes. Agora, o que mais quero é ficar aqui e não sair. Não tenho nem palavras para expressar a felicidade e a gratidão que estou sentindo.”

G1 Piracicaba e Região | 09.05.2014

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