Pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e publicada anualmente pela Revista Exame, mostra que esse é o melhor momento nos últimos 10 anos para negociar preços e conseguir descontos na hora e comprar um imóvel.
O maior levantamento do gênero do país confirma tendência apontada no início deste ano por Angelo Frias Neto, diretor-presidente da Frias Neto Consultoria de Imóveis e diretor estadual do Secovi (Sindicato Patronal da Habitação).
“Em um processo natural de ajuste ao momento econômico, o que observarmos no mercado são inúmeras boas ofertas de imóveis, usados e em lançamento, que garantem a investidores e aos que querem comprar moradia excelentes oportunidades. Incentivos dados pelo Governo Federal, como queda nos juros e linhas de crédito, reafirmam o cenário positivo”, analisa.
Segundo a Pesquisa Exame – que analisou os preços de imóveis em 5,6 mil bairros em 203 municípios brasileiros – em períodos de incertezas econômica, é natural que proprietários interessados em vender seus imóveis comecem a baixar os preços, seguindo uma trilha iniciada no ano passado pelas incorporadoras.
Os especialistas ouvidos pela pesquisa indicam cinco variáveis que devem ser consideradas na decisão de efetivar o negócio: oferta, demanda, juros, emprego e renda.
Do lado positivo, a expectativa é de queda dos juros, sinal importante, tendo em vista que a grande maioria dos imóveis é vendida de forma financiada. E, nesse caso, o que mais influencia é o valor dos juros e não o valor cobrado na venda.
A reportagem da Exame pediu que uma instituição financeira fizesse um cálculo sobre o resultado dos juros. O resultado indica que a queda de apenas 1 ponto na taxa de juros faz com que 500 mil famílias comprem o imóvel que querem, o que aumenta a demanda pela compra do bem.
A melhora do ambiente econômico e a queda da inadimplência, aliadas aos cortes na Selic, devem permitir que os bancos emprestem mais com juros menores. Também pode impulsionar os preços, a redução dos estoques de imóveis nas principais cidades do país.
REAL – O quadro traçado pela pesquisa feita pela Fipe resume o que existe no mercado hoje. Segundo Angelo Frias Neto, desde que começaram os cortes da taxa Selic e que o governo lançou medias de apoio ao crédito, o mercado imobiliário começou a reagir positivamente. “Nos primeiros quatro meses deste ano, as vendas de imóveis registraram um aumento de 31% no comparativo com o mesmo período ano passado”, comenta.”
O diretor do Secovi também lembra que a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal divulgou um aumento de 31% nos financiamentos imobiliários com recursos da Poupança e 36% com recursos do FGTS no primeiro trimestre do ano na região de Piracicaba.