Estudo do Secovi-SP foi apresentado na Acipi, ontem à tarde
Por Marcelo Rocha | Gazeta de Piracicaba
Nos últimos 36 meses – o período entre março de 2011 e março deste ano – houve o lançamento de 6.283 apartamentos (unidades verticais, de um a quatro dormitórios) em Piracicaba, sendo que 5.300 foram vendidos. E o preço médio do metro quadrado verificado nestes imóveis foi de R$ 5.436,60. Os resultados integram um inédito mapeamento do desenvolvimento do setor imobiliário no município, que foi apresentado ontem à tarde na Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba).
O estudo foi encomendado pelo Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) e realizado pela Robert Michel Zarif Assessoria Econômica.
A Valor Geral de Vendas (VGV) de todos os empreendimentos verticais lançados nos últimos três anos, informa Flávio Amary, vice-presidente do Interior do Secovi, está em torno de R$ 2,2 bilhões. “O valor médio de unidades (verticais) lançadas em Piracicaba nesse período foi de R$ 357 mil”, acrescenta Amary.
Os imóveis tidos econômicos – apartamentos de dois dormitórios com valores até R$ 145 mil – dominaram as ofertas e as vendas nos últimos 36 meses: houve 2.897 lançamentos e 2.581 unidades vendidas. Os números, observa o Secovi, registram a forte influência do programa federal Minha Csa. Minha Vida, que impulsionou as vendas.
No período, 48,7% dos imóveis comercializados foram do tipo com dois dormitórios econômico; 20,3% com dois dormitórios; 18,3% com três dormitórios; e 4,9 % as unidades com um e quatro dormitórios.
O levantamento ainda compara, por exemplo, a performance imobiliária de Piracicaba (6.283 unidades verticais lançadas) em relação a outras cidades e regiões do Estado: Baixada Santista (15.573); Bauru (5.347); Campinas (7.031); Jundiaí (12.550); Sorocaba (11.804); e São José do Rio Preto (4.800).
Angelo Frias Neto lembrou que o inédito estudo “radiografa os lançamentos imobiliários em Piracicaba” e disse que “a pesquisa nos traz um panorama amplo e indica que o mercado de Piracicaba acompanha as demais regiões e o restante do país com desenvoltura”.
A BOLHA
O vice-presidente do Interior do Secovi ainda comentou sobre o temor da chamada “bolha imobiliária”. “É importante a gente falar da não-existência da bolha imobiliária”, declarou Amary, que contestou professores e cientistas que têm alertado sobre a iminência do fenômeno que já causou crises pelo mundo afora.
Eles listou quatro razões que contrapõem tais teorias. “A demanda do Brasil é muito forte, ou seja, o déficit habitacional no país é grande. Em segundo, o nosso sistema financeiro é muito seguro. Outro aspecto é que a imensa maioria das pessoas que compra imóvel é para consumo, para morar, porque precisa, e não por investimento”, declara. E por último, Amary mencionou o percentual que relaciona o PIB nacional com o financiamento imobiliário. “No Brasil há dez anos esse percentual era 2%. E hoje está 8%. Ou seja, ainda tem muito espaço para crescer o setor de finaciamento imobiliário”, afirma.
Gazeta de Piracicaba | 25.04.2013