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Sucessão familiar

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Metade das empresas familiares de Piracicaba já prepara sucessão. É o que mostra pesquisa feita a pedido do CJE (Conselho do Jovem Empresário) da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). Outro dado levantado pelo estudo revela que 76% das empresas da cidade têm administração familiar.

O percentual local de empresas familiares está alinhado com as estimativas em nível de Brasil, segundo a professora Ana Maria Romano Carrão, do Centro de Estudos e Pesquisa em Administração (Cepa), da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Ela diz que a participação das empresas familiares chega a esse nível mesmo na estrutura empresarial dos países desenvolvidos.

No caso específico das empresas avaliadas em Piracicaba, o foco da pesquisa da Acipi busca ferramentas para auxiliar justamente na condução da sucessão. “Vale ressaltar que os sucessores são jovens, qualificados e o desafio dos empresários que preparam seus filhos é encontrar consensos na forma diferente de ver a administração”, avalia Rodrigo Santos, coordenador do Conselho Jovem Empresário, um dos sucessores da empresa da sua família.

Rodrigo e o irmão Danilo são a terceira geração à frente do Grande Bazar Santos, empresa fundada pelo avô Mário, em 1952, administrada pelo pai, Antonio Mário, agora com a participação dos filhos. Os filhos se enquadram em outro dado da pesquisa: dos herdeiros que há estão na sucessão, 58,8% têm diploma de nível superior.

A pesquisa da Acipi mostra outros dois dados interessantes: a maior parte das empresas familiares ouvidas – 56,39% – está no setor do comércio, seguido pelas empresas de serviços, que respondem por 35,20% dos entrevistados, e indústria com 8,41%. A maioria também é administrada por homens: 69,78%, sendo que 49, 53% desses administradores estão na faixa etária dos 41 aos 60 anos.

Do volume total de 321 empresas ouvidas, 40,50% já têm sucessores trabalhando na administração: em 22,74% dos casos com um único filho, e em 10,90% dos casos com dois filhos. Desse universo, 28,66% dos sucessores cuidam da administração geral.

“Na condição de entidade voltada para os interesses do associado, ao fazer a pesquisa, a Acipi quis conhecer melhor o perfil das empresas e trabalhar projetos que contribuam com o processo de sucessão familiar”, diz Luiz Carlos Furtuoso, diretor de Conselhos da Acipi.

O próximo passo do Conselho do Jovem Empresário da Acipi, no que diz respeito às empresas familiares, é organizar reuniões, criar grupos de trabalho e fóruns permanentes de discussão. “Queremos criar um espaço para que elas debatam suas necessidades e caminhem na direção da profissionalização da sucessão”, diz Furtuoso.

Para ele, que já divide com os filhos o trabalho em suas empresas, as lojas Cigana – Ao Zequita, essa proposta de um trabalho mais direcionado vai ajudar na superação de um dos desafios da sucessão, que é conseguir o equilíbrio entre as gerações.

Sobre esse assunto, a professora Ana Maria Romano Carrão, que é consultora na área, tem algumas orientações importantes. Para os que vivem um momento de incertezas sobre o futuro do negócio, ou desde cedo querem preparar a sucessão, ela faz uma observação: nenhum filho abandona a empresa da família se estiver feliz com o que faz, se estiver motivado com os desafios enfrentados.

BRASILEIRAS

Para o presidente da Acipi, Angelo Frias Neto, a preocupação da entidade está diretamente relacionada ao universo de empresas familiares existentes em Piracicaba, e à importância dessa configuração empresarial, dos seus impactos na economia da cidade e do país.

Fundados de uma empresa familiar, Angelo cita uma pesquisa recente que mostra que no último ano, o desempenho dessas empresas no país superou a média mundial. O estudo, realizado pela Consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), mostra que enquanto 79% das brasileiras cresceram nos últimos 12 meses e 76% esperam manter os resultados positivos nos próximos cinco anos, globalmente esses índices são de 65% e 85%, respectivamente. A mesma pesquisa apontou como baixo o índice de companhias que possuem planos de sucessão bem estruturados e documentados: 11% no geral.

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